Randall Watters Revista Defesa da Fé, fevereiro
2004
PARA REFLETIR
"Será que a minha mente
está sendo controlada por alguém? Será que o grupo religioso em que estou
inserido encaixa-se nesse perfil? Que cada um examine a si mesmo e tire suas
conclusões."
Nos últimos trinta anos, a expressão "lavagem cerebral"
tem-se tornado muito comum. Em 1961. Robert J. Lifton escreveu o livro Thought
Reform and the Psychology of Totalism [Reforma do pensamento e a psicologia do
totalitarismo], depois de ter estudado os efeitos do controle da mente dos
americanos prisioneiros de guerra na China comunista. Lifton enumera oito
aspectos principais que podem ser usados para determinar se certo grupo é uma
seita destrutiva. Todas as religiões autoritárias deveriam ser submetidas a este
teste, para determinar exatamente quão destrutiva é a influência que têm sobre
seus adeptos.
Que cada um julgue por si mesmo.
1 -
Controle da maneira de agir
As seitas usam várias técnicas para
controlar o meio de vida (maneira de agir) das pessoas que recrutam. E uma
dessas técnicas é o isolamento. Os adeptos podem ser fisicamente separados da
sociedade ou, quando não, obrigados, sob pena de punição, a se manterem
afastados dos meios de comunicação social, especialmente se estes meios os levam
a pensar criticamente. Todos os livros, filmes ou testemunhos de ex-membros do
grupo (ou de qualquer outra pessoa que critique o grupo) têm de ser evitados. A
organização "mãe" arquiva cuidadosamente informações acerca de cada recruta.
Todos são vigiados, para que não se afastem nem se adiantem em relação às
posições da organização. Isso permite que a organização pareça omnisciente aos
adeptos, pois sabe tudo sobre todos.
2 - Manipulação
mística
Nas seitas religiosas, Deus está sempre presente nas
atividades da organização. Se uma pessoa sai da seita, quaisquer acidentes ou
outros infortúnios que lhe aconteçam são interpretados como uma punição de Deus.
A seita diz que os anjos estão sempre velando pelos fiéis e circulam histórias
cujo testemunho diz que Deus está realmente fazendo coisas maravilhosas entre
eles, porque eles seguem "a verdade". Dessa forma, a organização reveste-se de
certa "mística" que atrai o novo adepto.
3 - Exigência de
pureza
O mundo é descrito em preto-e-branco, não há necessidade
de se tomar decisões baseadas em uma consciência treinada. A conduta da pessoa é
modelada de acordo com a ideologia do grupo, conforme é ensinada em sua
literatura. Pessoas e organizações são descritas como boas ou más, dependendo do
seu relacionamento com a seita.
Os sentimentos de culpa e vergonha são
usados para controlar indivíduos, mesmo depois de eles saírem da seita. Os
sectários têm grande dificuldade em compreender as complexidades da moral
humana, pois polarizam tudo em bem e mal e adotam uma posição simplista. Tudo
aquilo que é classificado como mau tem de ser evitado e a pureza só pode ser
atingida se o adepto se envolver profundamente com a ideologia da
seita.
4 - O culto da confissão
Pecados sérios
(segundo os critérios da organização) têm de ser confessados imediatamente. Os
membros da seita que forem apanhados cometendo alguma coisa contrária às regras
têm de ser denunciados imediatamente.
O adepto, muitas vezes, tende a
sentir prazer na degradação de si mesmo, por meio da confissão. Isso acontece
quando todos têm de confessar regularmente seus pecados na presença de outros,
criando, assim, certa unidade dentro do grupo. Isso também permite que os
líderes exerçam sua autoridade sobre os mais fracos, usando seus "pecados" como
um chicote para controlá-los.
5 - O conhecimento
sagrado
A ideologia da seita torna-se moral definitiva para
estruturar a existência humana. A ideologia é demasiada "sagrada" para se
duvidar dela e requer-se que o adepto tenha reverência pelos líderes. A seita
alega que a sua ideologia tem uma lógica infalível, fazendo parecer que é a
verdade absoluta, sem contradições. Um sistema assim é atrativo e oferece
segurança.
6 - Linguagem elaborada
Lifton explica
que as seitas usam, de forma abundante, "clichês para acabar com o pensamento",
expressões ou palavras forjadas para eliminar a conversa ou a controvérsia.
Todos conhecemos os clichês "capitalista" e "imperialista", usados por
manifestantes antiguerras nos anos sessenta. Estes clichês memorizam-se
facilmente e têm efeito imediato. Chama-se a "linguagem do não-pensamento", pois
terminam a discussão, dispensando quaisquer considerações
adicionais.
Entre as testemunhas-de-jeová, por exemplo, expressões como
"a verdade", "a sociedade", "a organização", "o novo sistema", "a nova ordem",
"os apóstatas" e "as pessoas do mundo" contêm em si mesmas um julgamento dos
outros, não é necessário pensar mais neles.
7 - Doutrina acima
das pessoas
A experiência humana é subordinada à doutrina,
independentemente de quão profunda ou contraditória tal experiência seja. A
história da seita é alterada para se ajustar à lógica doutrinária. O indivíduo
só tem valor na medida em que se conforma aos modelos preestabelecidos pela
seita. As percepções do senso comum são desconsideradas, se forem hostis à
ideologia da seita.
8 - Dispensados da
existência
A seita decide quem tem o "direito" de existir e quem
não tem. Seus líderes decidem quem morrerá na batalha final do bem contra o mal.
E também quais são os livros de história exatos e quais são os tendenciosos. As
famílias podem ser destruídas e os estranhos podem ser enganados, pois não
merecem existir.
* Adaptado do site observatório Watchtower, pela redação
do ICP - Instituto Cristão de
Pesquisas
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